quinta-feira, dezembro 27, 2012

A IDADE DE SER FELIZ

Existe somente uma idade para ser feliz.
Somente uma época na vida de cada pessoa.
Em que é possível sonhar e fazer planos.
E ter energia bastante para realizá-las.
A despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para as pessoas se encantarem com a vida e viver apaixonadamente.
E desfrutar tudo com intensidade.
Sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que as pessoas podem criar e recriar a vida.
Á nossa própria imagem e semelhança.
E vestir-se com todas as cores.
E experimentar todos os sabores.
E entregar-se a todos os amores.
Sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem.
Em que todo o desafio é mais um convite à luta.
Que possamos enfrentar com toda a disposição.
De tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO.

Essa idade tão fugaz na vida das pessoas.
Chama-se PRESENTE.
E tem a duração do instante que passa

quinta-feira, novembro 29, 2012


Luisa. Evento no serviço, dia 28:11.2012

quarta-feira, outubro 31, 2012

quinta-feira, outubro 18, 2012

Pergunta

Levanto-me de um salto, as fotografias e as folhas de papel caem no chão. Visto o casaco e saio, percorro a passos largos, o largo da feira de Sintra.
Dentro do carro,olho para o céu, reluz como um espelho, atrás de mim está um casal de namorados. Não tive coragem para ir a casa do Professor Lucas, não tive coragem para o olhar de frente. Os meus sentimentos mudam a cada minuto, primeiro parece-me que tenho dentro de mim um mundo muito terno. Apetecia-me dizer que ficava com ele e, no fim via a sua reacção de espanto de alegria - , mas logo depois esse pensamento passa a ser um peso medonho, algo que me esmaga, e não me deixa respirar.
Tenho medo do compromisso, da canseira da responsabilidade: queria uma vida sem limites nem barreiras e de repente volto a fechar-me na jaula claustrofóbica da minha vidinha sem sonhos, e resignada.
Enquanto andava, senti necessidade de me afastar das minhas memórias, da minha vida.Subi a serra, o céu cinzento pareciam sombras ocultas no mato, apetecia-me deitar nas profundezas das folhas húmidas da serra, para limpar os detritos, as sombras, para me purificar, andei muito tempo a pé até me cansar. Outras vezes, sentia a necessidade de subir, de chegar a um sítio onde meu olhar pudesse perder-se para lá do horizonte. Pensava!!!Para lá da nossa  vontade, das nossas fragilidades, dos nossos planos, mesmo restritos, existirá Alguém, alguma coisa que gere o grande ciclo da vida? Porque tinha nascido eu.
Subia e descia pelos carreiros pedregosos: à minha passagem, as lagartixas esgueiravam-se como setas. Uma lagartixa que nasce, dizia para comigo, ela e eu só se pode distinguir dos seus semelhantes pela habilidade de nos manter-mos o mais possível neste mundo? E não será porventura esse abismo de potencialidade que nos aterra e nos sugere a impotência da nossa visão? E eu porque motivo tinha vindo ao mundo? Para vir a ser o quê?
Esse longo passeio deram-me forças para continuar a minha busca espiritual, uma tarde de chuva, levantara-se um pequeno vento, a temperatura baixara e a humidade caia, cobrindo a paisagem de uma luz Outonal. Desci a serra, o pior momento era a noite. Sózinha em casa era como uma tela forrada, um lugar atrás do qual posso esconder as coisas. É o que acontece aos sapos: em Fevereiro, encontram-se nos charcos e, em Março, voltam para os bosques, deixando lá os ovos. Todavia, um sapo não pergunta a si mesmo: quem sou eu, que sentido tem a minha vida?

quarta-feira, outubro 03, 2012

segunda-feira, outubro 01, 2012

Metade de mim

No meu silêncio, tento ser justa, mas é mais forte que eu.
Perdi metade de mim...os dias continuam a correr devagar; às vezes sinto que te estou a esquecer, outros tenho a certeza que a ferida nunca vai fechar. Outras vezes, sonho que um dia acordo e estou contigo, no País do sol, ao meu lado, na casa dos tectos altos, quando meu olhar te procura na solidão da noite,  fecho os olhos por momentos, e vens aqui no caminho coberto de alfazemas.
Os dias são passados a trabalhar, como sempre. Quando saio à tarde deixo-me levar pelo conforto da vida caseira. Depois deito-me na minha cama imensa onde me sinto perdida, com frio por dentro. Outras perguntas desenham-se no vazio do meu silêncio e temo nunca encontrar resposta certa para elas. O futuro é um mistério impossivel de adivinhar, porque é sempre condicionado pelo presente, como um dominó  que não se pode construir ao contrário. Estou cega de tanto ver. Também me sinto assim. Assistindo aos meus erros e falhas como se fosse uma segunda pessoa e vivesse fora da minha pele, porque só assim consigo olhar-me no espelho e perdoar a mim própria. Depois do tempo ter apaziguado este meu sofrimento, que eu possa amar mais uma vez, porque as mulheres alimentam-se do amor. Não quero secar como uma velha ÁRVORE.

quarta-feira, setembro 26, 2012