Somos o que somos por aquilo em que acreditamos.
A vida é uma grande corrida de bicicleta, cuja meta é cumprir a Lenda pessoal. Precisamos de Quatro Forças Invisíveis: amor, morte, poder e tempo.
É necessário amar, porque somos amados por Deus.
Estas Quatro Forças não podem ser tratadas como problemas a serem resolvidos, já que estão para além de qualquer controlo. Precisamos de as aceitar, e deixar que nos ensinem o que precisamos de aprender.
Nós vivemos num Universo que é, ao mesmo tempo, suficientemente gigantesco para nos envolver, e bastante pequeno para caber no nosso coração. Na alma do homem está a alma do mundo, o silêncio da sabedoria. Enquanto pedalamos em direcção à nossa meta, é sempre importante perguntarmo-nos: O que é que há de bonito no dia de hoje? O sol pode estar a brilhar, mas se a chuva estiver a cair, é importante recordar-se de que isso também significa que as nuvens negras, em breve, se vão dissipar. As nuvens dissipam-se, mas o Sol permanece o mesmo, e nunca desaparece - nos momentos de solidão, é importante lembrar-se disso.
Quando as coisas estiverem muito más, não nos podemos esquecer de que todas as pessoas já experimentaram isso, independentemente da raça, da cor, da situação social, das creças ou da cultura.
Uma bonita prece a Deus.
Ó Deus, reconheço-te nas provações por que estou a passar. Permite, ó Deus, que a tua satisfação seja a minha satisfação.
Que eu seja a Tua alegria, aquela alegria que um pai sente por um filho. E que eu me lembre de Ti com tanquilidade e determinação, mesmo quando é difícil eu dizer que Te amo.
O melhor a dar ao nosso inimigo é o perdão; ao nosso adversário a tolerância, a um amigo, o coração. A um filho, um bom exemplo, a um pai houra; a uma mãe, uma conduta de que ela se orgulhe. A nós próprios, respeito...E ser compassivo para com toda a gente.
Hoje vivi mais um dia, com amor.Para que, se ela acabar amanhã, possa ficar satisfeita comigo, e também quem me amou.
quinta-feira, dezembro 20, 2007
sexta-feira, dezembro 07, 2007
Ontem
O dia de ontem foi vivido, e pensado, intensamente; quase como um poema.
Cansada, cheguei da praia Grande -como se tivésse chegado a um sítio perdido na paisagem da imensa noite - pelas intermináveis e monótonas estradas que terminam, subitamente, em Rio de Mouro.
É-me sempre difícil chegar a Rio de Mouro. Aqui passo os meus dias; e, aqui, muitas vezes, volto à procura daquilo que sei ter morrido para sempre.
Quantas vezes me traiu, e amou, esta freguesia? Quantas vezes, com amargura, fugi dela?
O que destrói a terra destrói o corpo, disse alguém. A devastada paisagem fazia parte de um corpo cuja memória me é impossível apagar - corpo onde permanece ainda aceso o mistério da criança que fui.
Levantei-me cedo. Fui à junta médica mais uma vez. Almocei, meu relógio espíritual, mandou-me até ao mar. Sobre as rochas, à beira do Oceano, fez ouvir no povoado silencio de uma clara e serena tarde de Dezembro. O sol ia dissipando a transparente neblina e despindo a agreste paizagem dos veus da gaze que a envolviam. Cortavam o ar milhares de azas; pela terra os insectos zumbiam. As casas, pouco elevadas, brancas, amarelas, côr de rosa e azues, destacavam-se a pouco e pouco, d`entre as brumas, e recortavam-se umas no horizonte, outras no fundo escuro pinhal.
Lembrei-me, nesse instante, de alguém. Olho fixamente o fogo enquanto o passado também arde em mim - como um clarão de luz sobre o mar. Sinto que hà uma estranha eternidade naquilo que amámos e foi destruído.
Ao longe, as gaivotas em voo planado sulcam a salinidade aérea do mar. Encosto a cara ao vidro turvo da janela do carro e deixo passar o tempo. Onde meu olhar sombrio, parado, via a noite que caía com vagar; o mar arremassava-se, violento. Assim estavam meus sentimentos.
Cansada, cheguei da praia Grande -como se tivésse chegado a um sítio perdido na paisagem da imensa noite - pelas intermináveis e monótonas estradas que terminam, subitamente, em Rio de Mouro.
É-me sempre difícil chegar a Rio de Mouro. Aqui passo os meus dias; e, aqui, muitas vezes, volto à procura daquilo que sei ter morrido para sempre.
Quantas vezes me traiu, e amou, esta freguesia? Quantas vezes, com amargura, fugi dela?
O que destrói a terra destrói o corpo, disse alguém. A devastada paisagem fazia parte de um corpo cuja memória me é impossível apagar - corpo onde permanece ainda aceso o mistério da criança que fui.
Levantei-me cedo. Fui à junta médica mais uma vez. Almocei, meu relógio espíritual, mandou-me até ao mar. Sobre as rochas, à beira do Oceano, fez ouvir no povoado silencio de uma clara e serena tarde de Dezembro. O sol ia dissipando a transparente neblina e despindo a agreste paizagem dos veus da gaze que a envolviam. Cortavam o ar milhares de azas; pela terra os insectos zumbiam. As casas, pouco elevadas, brancas, amarelas, côr de rosa e azues, destacavam-se a pouco e pouco, d`entre as brumas, e recortavam-se umas no horizonte, outras no fundo escuro pinhal.
Lembrei-me, nesse instante, de alguém. Olho fixamente o fogo enquanto o passado também arde em mim - como um clarão de luz sobre o mar. Sinto que hà uma estranha eternidade naquilo que amámos e foi destruído.
Ao longe, as gaivotas em voo planado sulcam a salinidade aérea do mar. Encosto a cara ao vidro turvo da janela do carro e deixo passar o tempo. Onde meu olhar sombrio, parado, via a noite que caía com vagar; o mar arremassava-se, violento. Assim estavam meus sentimentos.
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