
Além de acreditar que sou uma alma muito antiga, acredito também que só existe uma via: a do amor, manifestado em infinitas formas.
É isso que eu quero que seja o instrumento do percurso da minha alma, de vida em vida, neste percurso em espiral que vai de uno para uno.
Porque na unidade nos reunimos e na diversidade nos manifestamos.
E qual é o objectivo final de todo o percurso vivencial? - A consciência do amor.
O meu corpo, expressão material da minha Alma, nasci para o mundo num dia de verão.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, nada foi acrescentado, o fio não foi cortado.
Mas eu não estou longe, apenas irei para o outro lado do caminho. A morte não é nada. Eu sou aquilo que vocês sempre quizeram, pensem em mim. Rezem por mim. Ainda estou viva!...Amanhã estarei noutra vida.
O tempo é o relógio, e a morte uma porta que se abre para vários mundos. Os desconhecidos e misteriosos.
Por vezes estou hipnotizada por mim mesma? Á noite, antes de me deitar, gosto de ficar a olhar-me no espelho grande da casa de banho. Fixo-me sobre-tudo nos olhos, como se quisesse perscrutar o interior, ver para lá daquela figura enigmática a que chamo eu.
Quando me olho no espelho, vou acompanhando, o crescimento da fígura que nele vejo reflectida, aquela eu que tem um nome e uma idade, enganosamente medida pelas divisões convencionais do tempo, como se este fosse a entrada por onde vou caminhando do nascimento para a morte. O meu primeiro contacto com a morte foi aos seis anos.
O tempo é o pulsar da vida e por isso é a nossa respiração que marca a sua contagem, o que existe fora de nós é apenas uma convenção. A noção de que o tempo é uma contagem exterior a nós, a qual nos limitamos a acompanhar enquanto vivemos, fica definitivamente posta em causa. O meu corpo sou eu, mas eu também sou todos os corpos que já tive e irei ter, como na representação de uma peça de de vários actos.
Não sei medir a idade da minha alma, mas acredito que ela contém memórias e ensinamentos recolhidos em vidas, as quais, à escala do tempo medido rectilineamente, ocupam vários segundos de recta.
Acredito que esta alma que me faz felis já tomou forma em vários locais da terra. Memórias sem localização no espaço ou no tempo, mas que sinto vivas, tão vivas, como se estivessem a acontecer precisamente no ponto de recta do tempo onde tenho acesso a este registo.

2 comentários:
Olá minha querida amiga!
Também eu me perco tantas vezes no tempo... na tentativa de encontrar respostas que me sosseguem o espírito e a alma, pois sou uma lutadora inconformada...
Mas em algum dia e nalgum lugar, encontraremos certamente a razão de toda uma existência... só não sei quando...
Um beijinho mto grande!
Gina
Amiga,
\Hoje é Natal, senti um desejo enorme de poder lhe dar um forte abraço. Na impossibilidade, visito suas terras, sinto em seus versos um pouco de sua essência. Feliz Natal! Abraço e X grande assim! Livia
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