
Era uma Quinta-Feira, como outra qualquer. Com os mesmos mistérios, as mesmas certezas. Era uma Quinta-Feira de pessoas cansadas, que ainda atordoadas na avenida da vida, no resquício de uma semana de sonhos. Acordar era preciso, mas as estrelas do fím do dia tardava com seu brilho inocente.
Era uma Quinta-Feira sem ventos. Minha nau errava pelo oceano dos trópicos, sem âncora nem tripulação. Meus gestos, minha sílabas e fonemas não eram poemas. Eram cenas.
Era uma Quinta-Feira, sem farois e lençóis, indecisa sobre si mesmo, mas que intuía. E à flor da pele, sentia a mudança das marés.
Era uma Quinta-Feira quando avistei tuas terras Em ilhas cintilantes, E em meio da aprendizagem, vi teu sorriso revelando as rotas por onde eu nunca navegara. Teus olhos eram bússolas precisas, tinham paz, não mentiam. E apontavam um porto luminado e seguro.
Era uma Quinta-Feira, quando ouvi tua voz...Podia aprisionar os deuses da dúvida e a tristeza dos que não navegam pelas estrelas. Falava de mim. Era uma Quinta-Feira quando percebi teus sinais e ancorei. Mas nada sei, do futuro. Os náufragos sempre amaram quem os salvam.
Era uma Quinta-Feira quando amei...












