quarta-feira, julho 26, 2006

HOJE

Hoje, como de resto, já aconteceu em muitos dias da minha vida, pergunto-me:
O que é o amor? porque temos nós, afinal, esta necessidade de amar? Porque sentimos, todos nós, esta ânsia, este bater de coração, tão forte, tão forte, que por vezes chega a doer?
Para que queremos nós afinal, amar outra pessoa, quando racionalmente , já sabemos que esse amor, um dia, nos poderá trazer dor, amargura, ciúmes, despeito, insegurança, solidão.
Todos nós concordamos, que amar é bom...mas, por vezes, muito mau....
Será assim? Conheço alguém que uma vez me disse, que só se zanga, com as pessoas de quem gosta e ama...Será isso amor?
A minha visão de amor( ilusória, talvez), é bem-estar, ternura, segurança, satisfação, é dar( mais até, que receber)!
È sentirmo-nos bem na presença de quem gostamos, ouvir a sua voz, sentir o toque das suas mãos, o seu abraço, o seu olhar...
Porque se transforma este sentimento, que ao principio parecia não ter fím?
Porque será que o sol deixa de brilhar, o céu fica cinzento, a chuva bate na janela?
O amor é assim...como o tempo?!
Nas suas mil transformações ele, ou se torna forte e resiste a tudo, ou enfraquece e, acaba por desaparecer...Esquecerá alguém, uma pessoa que já amou intensamente?
Neste instante, surge-me na memória, as palavras de alguém, por quem tenho uma velada admiração, que me disse certa vez, algo que na altura quaze me escandalizou: Sou um amador de mulheres. E explicou o seu ponto de vista: ama todas as mulheres. Desde a mãe, a irmã, as namoradas e por aí fora, mas...nenhuma da mesma maneira! E as mulheres dele, guarda-as a todas no coração: recorda-as no seu melhor e no seu pior..
Será isto amor...Aquele sentimento mágico, único, mas que dói, que fere, mas que também nos dá tanta alegria, satisfação, paz interior, nos faz ver o mundo nas cores do arco-íris?
Será que o amor, afinal, é uma eterna magia, uma eterna ilusão? Shakespeare disse: Quando fala o amor, a voz de todos os Deuses deixa o céu embriagado de harmonia. Será isto verdadeiramente correcto?
Mas então, porque ao longo dos tempos , poetas escritores, filósofos e, mais recentemente psicólogos, tentam encontrar uma justifícação para o amor e suas penas?
Ninguém o consegue explicar verdadeiramente, porque afínal, todos já sofremos por amor.
Ah, o amor...Será que alguém me diz o que ele é verdadeiramente?...

CARÊNCIAS

Que importa o poder da luz do sol.
Se a alma se recolhe na penumbra.
Num estado lastimável de carências.
Cultivadas nas suas entranhas.
São momentos de revolta interior.
Numa luta feroz sem adversário.
A mágoa vai crescendo a cada instante.
Num mar de lágrimas que se soltam.
Num soluçar incontrolável de dor.
Das profundezas são arrancados.
Gritos surdos que ecoam por todo o lado.
No desconhecido caminhamos.
No desconhecido nos relacionamos.
É assim que gradualmente evoluimos.
Será para o nada que um dia voltamos

sexta-feira, julho 21, 2006

ASSIM SOU EU

Um barco solitário à deriva.
Assim sou eu.
Num mar calmo e plano.
A tempestade só existe em mim.
Olho em volta e a solidão impera.
Olho para mim e não me vejo.
Sou sombra e inexistência.
Sou passado que já não volta.
Com medo de olhar o futuro.

Nesse barco parado à luz da lua.
Tento construir o meu eu.
Tento juntar os meus pedaços soltos.
Tento recuperar a minha alma.

No barco ao sabor do mar flutuando.
Em direcção ao destino incerto.
Entrego o que sou.
Recupero o que perdi.
Esqueço o que pedi.
E procuro encontrar a minha vida.


No barco...sob a luz da lua.
Olho o mar plano e dourado.
E nele reflectido.
Está o que sonhei.
Sempre o mesmo sonho.
E no meio desta insanidade.
Resta-me a esperança da realidade.
Num destino não marcado.
Escolhido pela força do que quero.
Pela vontade do que sinto.

E por isso meu sonho perdido.
Neste barco à deriva.
Sob a luz da lua.
Espero pelo amor não esquecido.
Hoje.
Amanhã.
Eternamente.

quarta-feira, julho 19, 2006

JANELA

Hoje, pela madrugada abri a minha janela. Começou a romper o dia e um sol radioso. A manhã começava a raiar e eu acordar para um novo dia da minha vida.
Olhei à minha volta, como que a observar os pormenores mais pequeninos e que, normalmente nem reparo neles.
Foi então, que o meu olhar fixou a linha do horizonte, logo imaginando-me lá... Viajar mentalmente é um exercício que pratico com muita frequência, pois transmite-me uma sensação de bem - estar indescritível. Sonhar com o mar, na sua imensidão e poder sonhar com as flores, na sua simplicidade e beleza. Sonhar com a harmonia, para mim e para o mundo. Sonhar com a montanha repleta de neve e descobrir o prazer da sua pureza.
Sonhar com o amor, porque não? Sou um ser humano e claro, necessito dele para viver e até para fortalecer o equilíbrio sentimental, tão útil à minha vida. Então fechei a janela, estava na hora de aterrar, pois haviam mil e uma tarefas para cumprir e o tempo não facilita muito a vida.
No entanto, o meu espírito estava já bem mais fortalecido, e havia um sorriso nos meus lábios...

quarta-feira, julho 12, 2006

Sossega coração

Sossega, coração!Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias.
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias.
Atingirás a perfeição de seres.
Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo.
E em si mesmo se sente diferente.
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!
Sossega, coração, contudo! dorme.
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme.
A grande, universal, solene pausa.
Antes que tudo em tudo se transforme.

Sossega coração e adormece!

terça-feira, julho 04, 2006

CORES DA VIDA

A vida é feita de momentos maus e bons. Com os problemas que a sociedade enfrenta, são cada vez mais os maus, em detrimento do ideal que seriam de facto, os bons.
Penso muitas vezes que a vida é uma paleta de cores que variam conforme os acontecimentos. Nesta paleta, todas as cores têm o seu papel e a sua importância. Os melhores momentos pintam-se de rosa, laranja, azul,verde, vermelho...
São quando o amor está bem de saúde, a vida vai fluindo de uma forma agradável, a saúde está tão regular que até a esqueço, a vida profissional está estacionada e os amigos são tão importantes como a família, em algumas situações talvez até mais, porque tive o privilégio de os escolher. Mas ao mesmo tempo podem misturar-se o preto e o cinzento!!!
E estas cores, não posso regeitar a sua presença.
São quando perco alguém que amo e me faz muita falta, quando chego à conclusão que afinal as pessoas que me rodeiam nem são o que eu esperava delas, e isso dói, de tal forma que faz repensar toda uma vivência. São também quando no meu universo de relações, alguém está com problemas estes a vários níveis.
É nesta altura que me sinto pequenina e impotente, face a estas adversidades. Para que a vida seja colorida, alegre e felis, não me posso martirizar com os momentos negros da vida, tenho sim, que arrumá-los na prateleira das emoções para serem utilizados em pequeníssimas quantidades e pouco frequentes de modo a não sobreporem os bons momentos.