sexta-feira, fevereiro 16, 2007

PENSO

Hoje o dia está frio.
O vento e a chuva bate nas vidraças com força.
E eu tento proteger-me.
Refugiando-me no meu abrigo.
E tento lembrar do que fui.
Do meu passado e do meu futuro.
Com carinho e prometo no silêncio.
Do meu sentir que...
Tentarei estar perto de todos aqueles que amo.
Nunca os deixarei sózinhos.
Mesmo que sinta o meu coração.
Cansado e em pedaços.










Tentarei pensar em mim, em ti em nós.
Sem cometer enganos.
Prometo fazer planos e acreditar.
Que o vento forte levará para longe.
As difículdades e as dores.
E com sensatez tentarei enfrentar.
Um dia de cada vez!

Tentarei pensar em mim e em ti como...
Um ombro amigo cada vez mais forte.
E mais segura que um dia.
O vento acalmará.
E o sol voltará a brilhar.
E no meio das minhas inseguranças.
Conseguirei construir um porto de abrigo.
Para todos que amo.

Tentarei pensar em mim e em ti.

E aperceber-me que tudo nesta vida.
É passageiro e tentar encontrar .
De uma forma suave a verdade.
Para que tudo o que sinto.
Porque sei que uma mentira.
Não se esconde uma vida inteira.
E eu já desisti de mentir para mim.
Para ti.

Não sei o tempo de amanhã.
Mas tentarei pensar em mim em ti.
E sonhar que um dia tudo será mais fácil!

Mas mesmo assim quero que saibas que nunca...
Desistirei de pensar em mim, em ti.
Em nós e com ternura.
Afastaremos ventos e tempestades.

Tentarei pensar em mim, em ti.
Em nós!

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Poema de amor

O simples olhar de um poema de amor.
Pendurado na parede.
Sobrevive ao tempo esquecido.
Esqueci de esquecer a dor.
Da sobrevivência deste poema.
A ingratidão do ser humano.
É sentir na alma as lágrimas do coração.
Um poema que sobrevive nas quatro paredes.
Que me rodeiam, confortando-me.
Com um simples olhar.
Este poema existe em mim

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

FRÁGIL (idade)

Alguém que me guarde no bolso...No silêncio do vazio de dentro.
Não consigo. Não consigo. Quebram-me as asas no escuro, sem dizer nada. O olhar fixo no impossivel e..Sei tanto ou tão pouco do abandono! As nuvens que se desfazem...Sempre soube que não deveria correr atrás da sombra.
Agora, esgotam-se as horas, esgota-se o tempo. O mesmo tempo que decidi correr para ti e...Não deste conta.
Rasgo as páginas onde escrevo. Pinto de preto as folhas brancas reservadas para as ondas dos teus olhos. Sintra...Sintra fecha as portas, tranca-me. Não quero mais que me roubem as paredes...Está frio. Um frio que cresce...Cresce nas lágrimas que não caem...Prometeste lambê-las.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

MEDOS

Lançaram-me um desafio...Falar dos meus medos. São só uns muitos...
Medo da solidão: Poderia dizer que este sem dúvida o que mais me rouba o sono. E o que mais me mergulha nele também. Não sei combatê-la...Se a procuro não a tenho, se a tenho, esfaqueia-me.
Medo de perder a sensibilidade: Assusta-me a ideia de não conseguir chorar, sorrir, amar, extasiar...Sentir! Assusta-me ainda mais porque já provei o amargo sabor da vida à deriva.
Medo de perder a minha liberdade: A pouca que tenho. A que me resta. Não gosto que me fechem as portas, que me quebrem as asas. Por algum motivo não suporto pássaros engaiolados...preciso de respirar fundo para resistir à tentação de lhes abrir a gaiola.
Medo de fraquejar: E este é um medo que me deixa imóvel. Estática. O saber que posso por algum motivo não ter forças para caminhar...Assombra-me bastantes vezes. Mas já começo a saber-lhe as manhas.
Medo da incompreensão e dos falsos julgamentos: Não gosto que me entendam mal e principalmente, que não me deixem explicar. Se há uma coisa que me irrita é que me analisem apenas por uma vertente...As coisas desmontadas às peças perdem a magia. Por este motivo, dou sempre bastante espaço para que os outros se revelem, no seu devido tempo, na medida que quizerem...
Medo que me quatifiquem os sentimentos: O que sente, sente-se! Medo da doença: Partilho-o com a maioria dos mortais...
E já chega...Mais não digo!

terça-feira, fevereiro 06, 2007

DEVANEIO

Saudade do que não tenho, Saudade do que nunca tive... A tua ausência começou a inundar-me o chão. Conheço esta sensação...Cresce com os silêncios prolongados, amargos, de desejo inútil, de suspiros de vento perdidos e achados em bocas alheias a nós.
Chove, gosto da chuva...Fecho e abro a Janela para ver chover. Os meus dedos pesam...Afundam-se na pele. Nas tuas palavras...As que nunca ouvi da tua boca, as que se desenham sem saber porquê no meu sonho. Cansada da languidez do momento...Do fraco sustento, do lamento trémulo alimentado pelo sopro. Um dia, quando focares o fundo dos meus olhos verás a tua imagem.
Abraço-te, no eco profundo do toque e mergulho nas águas azuis de sal. Nunca espelham a melancolia das ondas...Nunca.
Chove...deixa chover.
Esta noite vou sair sem corpo à rua, deixá-lo na cama aquecida de sangue fraco e buscar a seiva dos troncos verdes com que te alimentas...
Faltas-me onde nunca estiveste.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Escrevo para não enlouquecer

Deambulo pela casa, leio, assisto a um filme evitando assim dormir. Já entro pela madrugada dentro. E evito dormir, penso se voltarei a sonhar com aquela personagem...Quando a esquecerei? As minhas unhas de verniz claro revelam o meu estado de alma. Este claro roído reflecte o meu sofrimento de estar longe de algo que me atormenta.
A confusão reina nestes pensamentos embaraçados, tanto pela estranheza, como pelo facto de saber que estou como decidi estar e que não fiz bem.
Quem sabe? Os acontecimentos tomam lugar por motivos fortes, mas à distância do tempo, tornam-se inacreditáveis... Não consigo encontrar uma explicação que me acalme o espírito deveras apaixonado. Sei que eu decidi, mas agora pergunto-me: Porquê? Porque é que este sopro move árvores, águias, ventos e fogo se, quando atinge o que tanto desejara, acalma e monotoniza...Será que é um mito? É um mito tudo isto? Sou eu que invento um mito e sofro com uma ilusão? Onde estão os meus sonhos quebrados agora pela realidade da vida?
Não acredito que sou mais uma Portuguesa frustrada por não ver um cavalo branco surgir no nevoeiro matinal.
Só encontro uma justificação. Eu quebrei imensas regras. Traí-me por vezes a mim mesma...E agora que tento corrigir, sofro...uma dor que se acalma, mói e depois torna-se aguda...como agora. Agora que é tarde e o frio aperta. Ah lindas tardes...que belas tardes passo e passei eu contigo. Sim, tu, que apesar de te dirigir a palavra estás ausente, não me respondes. Eu só queria ser tua amiga. Não!!... Eu tua amiga já sou. Queria era ver o nascer do sol contigo, numa altura que tanto preciso. Não quero revoltar-me contra a vida, nem contra ti, mas as circunstâncias assim mandam.
A vida e o amor seria mais simples se fossemos autistas... racionais. Apenas isso.