terça-feira, fevereiro 06, 2007

DEVANEIO

Saudade do que não tenho, Saudade do que nunca tive... A tua ausência começou a inundar-me o chão. Conheço esta sensação...Cresce com os silêncios prolongados, amargos, de desejo inútil, de suspiros de vento perdidos e achados em bocas alheias a nós.
Chove, gosto da chuva...Fecho e abro a Janela para ver chover. Os meus dedos pesam...Afundam-se na pele. Nas tuas palavras...As que nunca ouvi da tua boca, as que se desenham sem saber porquê no meu sonho. Cansada da languidez do momento...Do fraco sustento, do lamento trémulo alimentado pelo sopro. Um dia, quando focares o fundo dos meus olhos verás a tua imagem.
Abraço-te, no eco profundo do toque e mergulho nas águas azuis de sal. Nunca espelham a melancolia das ondas...Nunca.
Chove...deixa chover.
Esta noite vou sair sem corpo à rua, deixá-lo na cama aquecida de sangue fraco e buscar a seiva dos troncos verdes com que te alimentas...
Faltas-me onde nunca estiveste.

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