É tarde meu amor. Estou longe de ti com o tempo, diluíste-te nas veias das marés, na saliva do meu corpo sofrido. Agora, as minhas saudades trituram-me, cospem-me, interrompem o sono.
Habito longe, no coração vivo das areias, no cuspo límpido dos corais...e no ventre impossível das cidades nocturnas. A solidão tem dias mais cruéis.
Tentei ser tua, amar-te e amar o falso ouro...quis ser grande e morrer contigo, enfeitar-me em luas brancas, pratear a voz em tuas águas de seda...cantar-te os gestos com ternura, mas não.
Águas, águas inquinadas pulsando dentro do meu corpo, como um peixe ferido, louco. Em mim a lama...e o visco inocente dos teus náufragos sem nome de rua, nem estátua-de-jardim-público.
Aceito o desafio do teu amor? Na boca ficou-me um gosto a salmoura e destruição, apenas possuo o corpo magoado destas poucas palavras tristes que te cantam.
terça-feira, julho 31, 2007
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