segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Não aceitar o inevitável


Há algo mais inevitável que a morte? Mas, pouco nos prepararam para enfrentá-la! Passámos quinze, vinte, trinta ou mais anos a estudar e a preparar-nos para a vida, mas quanto tempo dedicámos a preparar-nos para enfrentar a morte que vamos viver, à nossa volta e inclusive a nossa própria?
De qualquer forma, não pretendo circunscrever este capítulo apenas ao tema da morte.
Existem muitos factos inevitáveis que se sucederão ao longo da nossa vida; não aceitá-los, de um ponto de vista da saúde mental, significa, de novo embarcar num sofrimento inútil, dilacerante e, em muitas ocasiões, muito duradouro no tempo.
Sem pretender doutrinar. A luta não significa desinteresse, mas sim adaptação aos factos, que nos ferem duplamente. Penso que a grandeza do ser humano é a sua capacidade de adaptação à realidade, mas adaptação aqui não deve ser entendida como resignação, só quero perceber e agir com o máximo esforço, e não andar sempre a lamentar.
É um exemplo muito claro de como uma pessoa não aceita o inevitável. Nem tudo se pode comprar com dinheiro!
Passamos a vida a trabalhar como escravos para poder comprar coisas inúteis. Gastamos o nosso tempo indo de um sítio para o outro para, no fim, não encontrarmos o lugar que procurávamos. Não paramos de correr todo o dia para comprovarmos, ao cair da noite, que no dia seguinte teremos de continuar a correr
A realidade é muito mais simples, mais visível. Trata-se de segurarmos o ( leme) das nossas vidas. Sem que nos apercebamos, pode-nos acontecer o mesmo que ao Manuel, que não havia dia que não complicasse a sua vida de mil maneiras diferentes.
Este é com certeza um dos hábitos que mais nos custa corrigir quando está muito enraizado na nossa maneira de ser. Ainda agora estou aprendendo, a não complicar a vida desnecessáriamente preocupando-me a não sofrer de forma inútil e estéril. Para conseguir este propósito tenho que aprender a não expressar tudo o que penso. Que Deus me ajude.

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