domingo, fevereiro 08, 2009

Portagem no amor


O amor conduz à felicidade, mas o privilégio do amor também tem as suas contrapartidas. Eu experimentei-o na minha própria carne, e não me arrependo, mas neste momento não posso mais, e embora apareça afectada, sinto que este amor morreu.
Não temos que ter medo da dor, e até sofrimento, quando é inevitável, porque essa dor desse amor, serão passageiros. O que não podemos pensar é que o amor e o sofrimento estão indefectivelmente unidos. É normal em que algum momento da nossa vida amorosa sintamos dor e nos preparemos para superá-la e viver o amor com naturalidade e maturidade.
Esta semana conheci uma pessoa, onde em poucas palavras, ficamos amigos. Contou -me o que se passava no seu coração
Jaime, o nome que lhe dou, empenhava-se em contar-me minuciosamente o que sentia em cada dia, e eu, pelo contrário, insistia em que não recreasse nos seus pensamentos, tão subjectivos e tão traiçoeiros neste momento, que só traziam dor e escuridão à sua vida e à sua relação com a sua Ex-companheira. Ao contrário de que muitos possam pensar, não se tratava de remexer nas feridas, porque isso teria acabado com a pouca força que tinha, tratava-se de estancar a hemorragia, de dar-lhe recursos que lhe permitissem deixar de sofrer de forma tão inútil quanto negativa.
Nada funciona na minha vida e não tenho forças para continuar a lutar, a sério, dizia-me ele, sinto que já não há nada a fazer. Perante esta confissão da sua parte, eu respondi-lhe, mais ou menos, que, não luta quem não se apercebe que tem de lutar, e que no seu caso ele era consciente que havia que fazer alguma coisa, e que isso já constituía em si um enorme progresso. Jaime, se pensasse realmente que não há nada a fazer, não estaria aqui; não terias vindo contar-me algo que guardas dentro de ti, tão em segredo. Sabes que essa sensibilidade que te fez sentir-te a pessoa mais felizarda do mundo vai agora permitir-te sair desta crise. Mas não o vais conseguir pela autocompaixão, indo-te abaixo e fomentando o teu sofrimento.
A realidade é que a felicidade está em nós. A capacidade de amarmos e sentirmo-nos amados também está dentro de nós e, acima de tudo, o amor que sempre, absolutamente sempre, estará a nosso lado será o nosso próprio amor; daí a importância vital que adquire o conceito que tenhamos de nós próprios. Sem dúvida, para aprender a amar, é bom que primeiro aprendamos a amar-nos a nós próprios pois, de contrário, dificilmente poderemos amar os que nos rodeiam e nunca, nunca, seremos donos da nossa felicidade, já que a estaríamos a colocar nas, mãos de outros.
Resumindo, nem há que pagar portagem no amor, nem a vida acaba quando acaba o amor.

1 comentário:

Unknown disse...

uma só palavra

FANTÁSTICO