segunda-feira, dezembro 27, 2010

Fragmentos


Tudo o que eu tenho vivido, tem sido registado, tanto na minha memória, no meu corpo, pelas marcas que deixaram e pelas minhas mãos.

Além do Blog, tenho um caderno de anotações, quase diário, não o é, porque não escrevo todos os dias.

Não sei ainda, de um lado, penso no dia, em que acordarei completamente para a realidade, e que tudo o que estou a viver não me afetará mais.

Há só um caminho a escolher, mas cabe a mim escolher um, se não escolho, serei escolhida.

Hoje escolho o caminho que me faz feliz, primeiro olhar-me, depois oferecer a minha ajuda, como meio de felicidade para quem comigo está.

por fim pensarei, se terei fragmentos da minha vida.

fragmentos de dores..., de perdas..., de ganhos..., de amor..., de amparo de desamparo, de lágrimas de sorrisos, de fugas e de encontros.

Um dia poderei tentar montar esse grande quebra cabeças, que se tornou a minha vida, e talvez o consiga enxergar totalmente montado, preenchido e nesse dia talvez eu compreenda o porquê de cada peça, de cada encaixe, e finalmente entenda a razão de tudo o que vivi e tenho vivido.

É uma possibilidade.

por enquanto sigo o meu percurso, tentando juntar todos os fragmentos que são de eternidade, que fazem parte de uma história de vida única e que não se repetirá.

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Hoje voltei a sonhar contigo




Hoje eu voltei a sonhar contigo...


No que vivi, no que sofri e no que sorri.


juntei o passado ao presente.


E pensei no futuro igualmente.


imaginei-te a vir até mim.


Como quem deseja algo sem fim.


Senti-te chegar, senti o abraço forte.


Por momentos eu perdi meu norte.


O teu doce cheiro em que me perdi em dias.


Hoje voltou a reavivar as minhas memórias sombrias.


E o teu jeito mimado de obter carinho.


Hoje, na lembrança, não me deixa estar sózinha.


Oiço a tua voz sem estares perto.


Revejo o passado dum futuro incerto.


Sonhei sentir o teu coração tocar o meu.


E confesso que me senti ir ao céu.

Gosto de recordar apesar de não ser fácil.

Porque me faz odiar esta vida tão frágil.

Que te levou para um mundo além deste.

Mas olha sempre por mim, como um dia prometeste.


Eu desejo o dia em que nos encontraremos novamente.

Porque será o dia mais feliz da minha morte, certamente

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Refúgio


Procuro refúgio nos campos, nas praias, nas montanhas. Eu tenho o costume de desejar ardentemente esses locais de isolamento.
Mas tudo isso é desnecessário, pois em qualquer altura posso refugiar-me em mim mesma.
Em nenhum lugar o ser humano encontra refúgio mais traquilo e calmo que na sua alma, sobretudo se no seu foro íntimo possuir as noções sobre as quais basta inclinar-se para de imediato obter a quietude absoluta, e por quietude entendo nada mais nada menos que a ordem perfeita.
A vida é um calvário. Sobe-se ao amor pela dor, e à redenção pelo sofrimento. Se o seres que mais amo no mundo (viessem) perguntar-me que escolha deveria fazer e qual é o refúgio mais profundo, mais inatacável e mais ameno, eu dir-lhes-ia que abrigassem o seu distino no refúgio da alma que se aperfeiçoa. Porque a vida só se dá a quem se deu, no refúgio do amor, é a única flor que brota e cresce sem a ajuda das estações.Todos os dias nas minhas orações peço a Deus...Senhor envia-me um amor que se infiltre no centro do ser e, de lá, se espalhe pelos ramos da árvore de vida para dar renascimento aos frutos e às flores.
Envia-me o amor que tranquiliza meu coração na plenitude da paz. Todo o acto de amor é uma obra de paz. Se é grande ou pequeno, pouco importa, importa sim é que ele exista.


Dedicado aos meus filhos. Sempre lhes ensinei...Ser homem é fácil, ser um homem é difícil.

Com amor incondicional.

Luisa

sexta-feira, agosto 13, 2010

Escuridão


Estes ultimos meses, tenho andado muito cansada. Os motivos são vários, nem sei como numerá-los, não escrevo já faz algum tempo, e sinto falta. Espero agora voltar a escrever com maior frequência. Bem voltei e espero ficar.

O olhar que gostaria de receber.
O gesto que gostaria de receber.
As palavras que gostaria de ouvir.
Nem tudo é fácil e nem deveria ser.
Porque tudo o que conquistei, paguei cada centavo.
Jamais peço que me entendam.
Não tenho faces e nem bases, mas sou eclética.
justa nem sempre, quem é em todas as ocasiões?
O olhar, gesto e palavras são tudo no meu mundo?
Os sonhos que não se concretizam também são?
O simples tentar vai-me fazer feliz.
Pois é o primeiro gesto da felicidade.
É justamente a luta para encontrá-la

quarta-feira, junho 09, 2010

DÔR


Passo em claro as noites a chorar.
Dia a dia, teu rosto empalidece.
Faze tu, pobre amor, por serenar.
Pobre resignação sobre mim desce.

Rochedo que a penumbra desvanece.
Tu, por acaso, não lhe podes dar.
Um pouco desse frio que entorpece.
O meu coração, e te deixo descansar.

jamais! não há remedio, nem as horas.
Que passam, toda a noite fria, procuro.
Tua sombra, no chão, é mais escura.
Sofro! E sinto bem a minha dôr.

Como se fosse um beijo, acêso amor.
Vou-te aquecendo, ao longe a sepultura.
A tua ausência tem um elemento de vazio.
De quando começou, ou se houve.
Um tempo que não existiu.
O meu passado, pouco iluminado.
Dá para perceber!!!
Novas épocas, de dôr

terça-feira, junho 08, 2010

Permaneci


Luto, persigo um destino que me sorri cautelosamente de longe.
Permaneci onde me deixaste, quando decidiste partir. Os teus olhos já presos no infinito.
Outros, a tua mão já em outra mão, disseram-me que o teu coração voara. Tocava agora o arco-íris planavas num céu apetecido, e a tua aventura revestiu-me de tristeza. Lá fora, as multidões inquietam-se nos passeios mudos. Nas varandas, flores coloridas sorriem para mim, embaladas por este morno sol de Junho. E até os cães vadios se passeiam sem destino por entre este rodopiar da vida. É a vida a acontecer lá fora, é a vida que desaprendo, só nesta casa quase nua, fria...É a vida a morrer cá dentro

terça-feira, março 23, 2010

Solidão


Eu sou solidão de dia quando acordo e à noite quando durmo. Eu sou solidão ao meio dia e nas horas impróprias.
Eu sou solidão disfarçada, forçada numa máscara que a todos convecem. Eu sou solidão e seus genéricos; porque também sou tristeza e angústia e sendo assim conheço o meu íntimo.
Sei até que altura Deus está, porque essa é a altura da minha fé. Posso ir para qualquer lugar, porém o lugar que eu mais gosto de estar é dentro de mim, onde posso abraçar-me por inteira, reconhecer-me como mulher, certa, absoluta...à espera do que um dia foi e que logo será.
Vivendo um amor quaze imaculado, coexistente com o funcionamento de todos os sentidos.
Aquele que um dia tocou meu coração, mas não tocou a minha alma, e aquele que tocou minha alma não consegue tocar meu coração.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Sorriso




Hoje encontrei vida. Encontrei um olhar profundo, um olhar marcante. Encontrei um sorriso, a serenidade e os sonhos de um viajante,


Meu ego dizia...Diz-me então por onde viajas. É fantasia.


Viajaras tu por entre a magia? Ou viajas por sonhos de criança onde tudo dura o suficiente para haver esperança?


A esperança nunca deixou de existir, no olhar de uma menina que sabia sorrir. Esse olhar hoje sorriu novamente, e trouxe a maior verdade em mim existente. Perguntei a mim mesma? Define-me então a menina que há em ti. Essa tal menina que hoje sorri.


Será um sorriso que se tornará constante, ou um sorriso de apenas um instante?


O olhar sorri constantemente, mesmo que a alma o lamente. É este o que vesti hoje. É o sorriso mais verdadeiro que possuo, o mais real, o mais puro.


Assenta bem o sorriso a essa menina feita mulher, é o meu desejo é que ela sorria quando quiser. Mesmo o meu ombro servindo para a apoiar. Quando a menina quiser chorar.


A esse ombro é do ser mais especial que tenho na vida. É um amigo. E esta é uma palavra sentida, um anjo feito homem, um homem feito poeta.


Que me deu vida e me ensinou que a amizade pode ser perfeita!


O mundo é igual a nós mesmos e sempre será assim...

Não adianta falar no fìm do mundo quando seremos nós a ditar o seu fím.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Escrever


Escrever é uma maneira de falar sem ser interrompido.

Escrever, é estar no extremo de mim mesma.


Sou uma passageira...Embarco e desembarco sem saber qual é o instante em que realmente sou eu mesma. Sou sonho...a matéria é um empréstimo, o sonho é eterno e permanece...Decidi fazer do que é real, uma ilusão e, da minha ilusão a minha mais verdadeira realidade...

Seria como tingir a água de azul, por instantes desejar que as minhas mãos sejam flores e poder sentir o beijo do beija flor.

Já que conheço o ruido de um tiro, nego aceitá-lo, prefiro ouvir, o que conversam as árvores, no outro dia diziam elas, que as estrelas são as flores que bordam o céu...

Imaginação, loucura, ilusão.

Prefiro assim...



ADMITE!


Tu desejas tudo o que eu desejo.

Sente!

Que eu sinto o mesmo quando te vejo.

Acorda!

Estamos a lutar contra o inevitável.

Tu sabes!

Conheces o único final possível.

Assume!

Que cada palavra é uma verdade.

Desabafa!

Fala-me dessa tua vontade.

Explica!

Porque tentas fugir do teu caminho.

Reage!

Transforma essa escuridão em brilho


Vagueamos ambos por um labirinto...Sabes?

quinta-feira, janeiro 14, 2010

HINO DA NOITE


Diz-se que a solidão torna a vida num deserto.
Mas quem sabe viver com a sua alma.
Nunca se encontra só.
A alma é um mundo, um mundo aberto.
Cujo átrio, a nossos pés, de pétalas de junco.

Mundo vasto que mil existências povoam.
Imagens, concepções, formas do sentimento.
Sonhos puros que nele em beleza revoam.
E ficam a brilhar, sóis do seu firmamento.



Nem lutas, nem paixões, ideais serenidade.
Em que o tempo se esvai sob o encanto da hora.
O passado e o porvir são ansias e saudades.
Só no instante que passa a plenitude mora.

É na solidão que a alma se revela.
Como uma flor nocturna as pétalas abrindo.
A uma luz, que é talvez o clarão duma estrela.
Talvez o olhar de Deus, de astro em astro caindo.

Na vertigem que a vida exalta e desvaria.
Pára alguém para ouvir um coração que se debate.
No seio mais formoso, o olhar que se extasia.
Vê o mundo que nele em ânsias se debate?