Não sei mesmo o que escrever. Mesmo no meio da semana onde normalmente batemos de cara com as novidades e os acasos, não as encontrei. A mesmice segue lerda por onde minha visão alcansa. Até as nuvens parecem as mesmas. Se já vejo os dias infindáveis da minha janela do emprego, em função da mudança no horário de trabalho, vejo o entardecer cansado e cinzento ao sair da labuta diária.
É como se sózinhos nossos monstros cotidianos nos invadissem a lembrança, não nos deixando esquecer da nossa mediocridade, não permetindo distrações que, na certa amenizariam nossos fardos.
Sou apenas mais uma no autocarro, na rua, na vida; mais um rosto, mais uma que se observa, pelas janelas do autocarro, as cenas das calçadas à direita. Pessoas apressadas olhando o relógio, pessoas desconfiadas, estressadas, homens olhando ávidos o traseiro das meninas que passam, a guerra da vida.
Hoje , mesmo dentro do carro, caminho do emprego pensava no destino. Existe? Não acredito.Talvez seja apenas uma denominação romãntica para o futuro. Mas seja ele qual for, não quero que minha face permaneça preocupada. Ponho diariamente um tijolo de sabedoria em meus princípios, em minha filosofia de vida, em minhas atitudes e pensamentos. E sábios, ao meu ver, são alegres pois conhecem muito das facetas da vida e sabem jogar, angariando todo o néctar de felicidade que ela possa brotar. E isso que eu quero. Não quero dinheiro ou uma vida normal e pacata; não exactamente, mas a sabedoria para que eu possa rir, rir da minha inocência, dos problemas que batem contantemente à minha porta, rir da aparente gravidade da vida, ser um ser colorido no meio de cinza.
Disparo contra o sol, sou forte, sou por acaso; minha metralhadora cheia de mágoas...Sou uma pessoa cansada de correr na direcção contrária, sem podium de chegada ou beijo de amor. Eu mais uma pessoa. Fazendo da angústia uma parceira constante e indesejada.
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
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