terça-feira, janeiro 04, 2005

CURA

Não sou curandeira, não curo ninguém.
Vejo-me a mim própria como um passo no caminho da aotodescoberta.
Sem a certeza se chego lá.
Quero ser justa, mas começo a esconder-me de mim mesma.
E nem sequer sei quem realmente sou.
É apenas o que faço, e vejo meu coração a fraquejar.
Sinto-me perdida sem saber onde caminhar.
Entre Deus ou entre a humanidade.

Aqui, deposta finalmente a minha imagem.
Tudo o que sou e tudo o que é passagem.
Eu sou livre aqui - eco do meu rio.
Aqui sou eu o que dou, e em tudo o que amei.
Quando meu corpo apodrecer e eu for morta.
Outros amaram as coisas que eu curo, que eu esqueci.
E os meus cabelos dourados brilharão.

Caminharei contigo, com aquilo que penei.
Não pelos incertos actos que vivo.
Esperãnça e desespero me servem de alimento.
Mas, como usar o teu amor de entendimento.
Dá-me a cura, longe de razões é meu tormento.
Quando minha alma voa, cega de aves presas.
És o amor a florir de mil pomares.
Eu sou como um relógio no vazio.
E de eu te possuir sem tu te dares.

Cura-me...dissolve a noite e o dia.


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