Uma das formas primárias de encobrirmos os nossos medos são os vícios. Os vícios suprimem as emoções, deixamos de sentir. No entanto, hà toda a espécie de vícios para além das drogas. Existe aquilo a que eu chamo os vícios padrão - padrões a que recorremos para evitar viver a nossa vida no presente. Se não quizermos lidar com a situação que se nos apresenta, se não quisermos estar onde estamos, arranjamos um padrão que nos isola dessa realidade. Para alguns é o vício da gula, para outros são as drogas. Pode ser que a pré-disposição para o alcoolismo seja genética, mas a opção de alimentar essa doença é sempre uma escolha individual. frequentemente fala-se de problemas hereditários. Na verdade o que se passa é que a criança aceita o modo dos pais enfrentarem o medo.
Outros sofrem de vícios emocionais. Uma pessoa pode ser viciada em encontrar defeitos nos outros. Aconteça o que acontecer, há-de haver sempre alguém para atirar com as culpas para cima. A culpa é deles, fizeram-me isto. Há pessoas viciadas na doença. Estão sempre com qualquer coisa ou então estão muito preocupadas com a próxima. Parecem menbros do clube da Doença do Mês.
Se a questão é sermos viciados, porque não viciarmo-nos no amor por nós próprios? Podemos apanhar o vício de fazer afirmações positivas ou de fazer coisas que contribuam para o nosso bem.
Eu pergunto a mim própria muitas vezes...Quais são os meus defeitos , os meus vícios. O que é que eu não aceito em mim? E verifíco que tenho que dar os primeiros passos no sentido de quebrar o padrão. O vício.
domingo, fevereiro 27, 2005
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
FÉ
É impressionante que, depois de tudo o que passei, ainda mantenho a mesma fé. Não mantive. Perdi e recuperei.Estou em silêncio. Oiço o ruído de meus passos voltando até aquela quinta , hà casinha onde por breves tempos fui feliz com minha mãe. Gosto de me isolar, viajo no tempo e sou feliz. Minhas lágrimas caem...Meu rosto está sereno, sinto um gosto salgado em meus lábios, minha alma chora das saudades que não tive. Enquanto bebo as lágrimas, olho o infinito e vejo só névoa, o meu silêncio ...É o silêncio da verdade, vejo uma mulher sentada nos degraus duma casa humilde, onde minha cabeça loura de criança pende no seu regaço. Sim , a minha mente voa. Gostaria de estar naquele lugar abraçada a ela para aconchegar meu coração.
Olho meu rosto no espelho, os meus olhos brilham e estão fixos na névoa á minha frente, ela está sempre presente, é o espírito de Deus que a coloca em baixo e em cima das estrelas. É o casamento místico dela na terra com o céu.
A bruma parece ganhar vida e transformar-se em algo sagrado - embora eu continui sem saber o que Deus me está a dizer.
A verdade está sempre onde existe a fé, o mistério da vida fascina-me, quero compreender-me melhor.
Nalgum lugar do mundo haverá uma casinha igual onde eu serei feliz. Minha mão está tremula
já não consigo mais coordenar os meus pensamentos, meu coração dá saltos, tentando se libertar do meu peito e correr ao encontro dos meus anseios , onde a saudade permanecesse, e eu senti a presença e o som dos meus passos. Voltei à realidade - e eu lembrei-me do silêncio anterior, junto da janela - onde de repente minhas lágrimas secaram, e compreendi que amava, e alguém tambem me amava.
O mais difícil tinha passado - embora a saudade permanecesse.
Olho meu rosto no espelho, os meus olhos brilham e estão fixos na névoa á minha frente, ela está sempre presente, é o espírito de Deus que a coloca em baixo e em cima das estrelas. É o casamento místico dela na terra com o céu.
A bruma parece ganhar vida e transformar-se em algo sagrado - embora eu continui sem saber o que Deus me está a dizer.
A verdade está sempre onde existe a fé, o mistério da vida fascina-me, quero compreender-me melhor.
Nalgum lugar do mundo haverá uma casinha igual onde eu serei feliz. Minha mão está tremula
já não consigo mais coordenar os meus pensamentos, meu coração dá saltos, tentando se libertar do meu peito e correr ao encontro dos meus anseios , onde a saudade permanecesse, e eu senti a presença e o som dos meus passos. Voltei à realidade - e eu lembrei-me do silêncio anterior, junto da janela - onde de repente minhas lágrimas secaram, e compreendi que amava, e alguém tambem me amava.
O mais difícil tinha passado - embora a saudade permanecesse.
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
DESERTO
Nesse lugar pensei: Onde mora o amor.
Quanto deserto...Atravessei e penei.
Para ficar sózinha ante o silêncio.
O meu coração desce as escadas do tempo.
E onde tudo parece abandonado.
Onde um lugar pelo meu amor foi marcado.
Na miragem do deserto adivinho mágicos e deuses.
E o teu encontro...
São planícies e planícies de silêncio.
Onde teu rosto está para além do tempo fosco.
E dizendo sobre a fuga dos caminhos.
Que foste como as ervas não colhidas.
Eu caminho no deserto em meus espaços vivos.
Mas penso sob o céu redondo.
Onde está o limíte do meu amor da minha força.
Invoco-te...Neste lugar chamo por ti.
Chamo por ti - reúno os destroços as ruínas os pedaços.
No murmúrio e no cheiro das paisagens.
Como pode meu amor ser distraído.
Num amanhã no deserto te esperarei.
Quanto deserto...Atravessei e penei.
Para ficar sózinha ante o silêncio.
O meu coração desce as escadas do tempo.
E onde tudo parece abandonado.
Onde um lugar pelo meu amor foi marcado.
Na miragem do deserto adivinho mágicos e deuses.
E o teu encontro...
São planícies e planícies de silêncio.
Onde teu rosto está para além do tempo fosco.
E dizendo sobre a fuga dos caminhos.
Que foste como as ervas não colhidas.
Eu caminho no deserto em meus espaços vivos.
Mas penso sob o céu redondo.
Onde está o limíte do meu amor da minha força.
Invoco-te...Neste lugar chamo por ti.
Chamo por ti - reúno os destroços as ruínas os pedaços.
No murmúrio e no cheiro das paisagens.
Como pode meu amor ser distraído.
Num amanhã no deserto te esperarei.
sábado, fevereiro 05, 2005
Feridas
Descobri que trabalhar com a criança dentro de mim é uma forma excelente de curar as mazelas do passado. Não estarei sempre em contacto com o sentimento da criança assustada dentro de mim.Se na minha infância o medo e o conflito tiveram uma presença demasiado constante e se ainda hoje me agrido mentalmente, o que se passa é que ainda trato a criança interior da mesma maneira que me trataram a mim. No entanto, a criança cá dentro não tem para onde ir. Terei que passar as limitações impostas pela sociedade. Preciso de restabelecer a ligação com a criança perdida dentro de mim. Ela precisa de saber que eu me preocupo.
Paro agora um momento e digo a essa criança - Eu preocupo-me . Adoro-te.Adoro-te mesmo muito.. Se calhar tenho dito à pessoa crescida, ao adulto dentro de mim: vou começar agora e digo também à criança que habita em mim.Fecho os olhos e falo com a criança pode levar muito tempo até que ela me oiça, até que ela acredite em mim, que estou a falar a sério. Insisto. Eu quero mesmo falar contigo. Quero ver-te. Quero amar-te. Eventualmente acabarei por estabelecer contacto e poderei ver a criança dentro de mim, senti-la, ouvi-la.
Quando falar com ela, um pedido de desculpa pelo facto de não lhe ter falado todos estes anos ou que estou arrependida de ter ralhado tanto. Digo-lhe que pretendo compensá-la por todo este tempo desperdiçado, de costas viradas uma para a outra. Pergunto-lhe o que posso fazer para a tornar feliz. Indagar os seus medos. Inquiro como a poderei ajudar, sobre o que ela deseja de mim.
Começarei com perguntas simples; as respostas vão chegar. O que posso fazer para que ela fique feliz? O que gostavas de fazer hoje? Por exemplo, posso dizer: Hoje eu queria andar, o que tu queres fazer.Ela pode responder: vamos até à praia. A comunicação ter-se-á iniciado. Tenho que ser consistente. Se arranjar todos os dias um bocado par me ligar com essa pequena criatura dentro de mim, a vida pode melhorar. Preciso de dar esse passo e pedir ajuda a ela para poder ser ajudada. A minha parte adulta, quando escreve a pergunta, pensa que sabe a resposta, mas quando pega na caneta com a mão não -dominante, muitas vezes a resposta que sai é bastante diferente do que eu estava à espera. Não fui uma criança desejada. O valor essencial é estar agora aqui, mas apenas fui um animal de estimação.Tenho que me aceitar mesmo, sem condições e com a máxima abertura, e amar a criança que existe dentro de mim.
Paro agora um momento e digo a essa criança - Eu preocupo-me . Adoro-te.Adoro-te mesmo muito.. Se calhar tenho dito à pessoa crescida, ao adulto dentro de mim: vou começar agora e digo também à criança que habita em mim.Fecho os olhos e falo com a criança pode levar muito tempo até que ela me oiça, até que ela acredite em mim, que estou a falar a sério. Insisto. Eu quero mesmo falar contigo. Quero ver-te. Quero amar-te. Eventualmente acabarei por estabelecer contacto e poderei ver a criança dentro de mim, senti-la, ouvi-la.
Quando falar com ela, um pedido de desculpa pelo facto de não lhe ter falado todos estes anos ou que estou arrependida de ter ralhado tanto. Digo-lhe que pretendo compensá-la por todo este tempo desperdiçado, de costas viradas uma para a outra. Pergunto-lhe o que posso fazer para a tornar feliz. Indagar os seus medos. Inquiro como a poderei ajudar, sobre o que ela deseja de mim.
Começarei com perguntas simples; as respostas vão chegar. O que posso fazer para que ela fique feliz? O que gostavas de fazer hoje? Por exemplo, posso dizer: Hoje eu queria andar, o que tu queres fazer.Ela pode responder: vamos até à praia. A comunicação ter-se-á iniciado. Tenho que ser consistente. Se arranjar todos os dias um bocado par me ligar com essa pequena criatura dentro de mim, a vida pode melhorar. Preciso de dar esse passo e pedir ajuda a ela para poder ser ajudada. A minha parte adulta, quando escreve a pergunta, pensa que sabe a resposta, mas quando pega na caneta com a mão não -dominante, muitas vezes a resposta que sai é bastante diferente do que eu estava à espera. Não fui uma criança desejada. O valor essencial é estar agora aqui, mas apenas fui um animal de estimação.Tenho que me aceitar mesmo, sem condições e com a máxima abertura, e amar a criança que existe dentro de mim.
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
Simplesmente ame
Apego é um veneno é, infelizmente, a maioria de nós já está absurdamente envenenada. Apegamo-nos tão facilmente às pessoas, às coisas, aos lugares, às sítuações, à rotina, à indisciplina. Acreditamos tão facilmente que o outro pode ser um analgésico para a nossa existência o preenchimento para o nosso vazio ou ainda,parodoxalmente, a causa de todo o nosso sofrimento. Desperdiçamos nossos dias investindo numa relação doente, em sentimentos que amarram que submetem, que subtraem muito mais que presenteiam, como se fôssemos passíveis objectos de posse. Não somos - nem quero ser.Penso que poderei amar para sempre, mas ainda assim o meu amor nunca será só meu. Será de mim para o mundo,para muitas pessoas. O que eu acho que é meu, desde que eu não tente segurar, apenas predisponho-me a sentir, viver experimentar.
Se puder fazer isso com toda a intensidade de que sou capaz, talvez consiga compreender o significado da palavra plenitude...em substituição à avassaladora palavra " apego".
Desapegue-se do amor. Apenas ame.
O caos se instala especialmente no momento em que nos sentimos "donos" do outro da instituição formada em nome de um amor que ninguém mais sabe onde mora.
Mas é a maneira como sentimos, o sentimento que nos invadem que determina nossas escolhas e faz com que nos comportemos de modo infanti, amoroso ou egoista, e num deslize de percepção, caímos numa armadilha tecida por nós mesmos e nos afogamos, é só tentar permanecermos dentro das nossas estagnações e recusar sair delas.. Nunca seremos uma só pessoa, e sim duas...l
Nós e a outra que se esconde...! Como se fôssemos passíveis de posse.
Eu não sou...! Você é?.
Se puder fazer isso com toda a intensidade de que sou capaz, talvez consiga compreender o significado da palavra plenitude...em substituição à avassaladora palavra " apego".
Desapegue-se do amor. Apenas ame.
O caos se instala especialmente no momento em que nos sentimos "donos" do outro da instituição formada em nome de um amor que ninguém mais sabe onde mora.
Mas é a maneira como sentimos, o sentimento que nos invadem que determina nossas escolhas e faz com que nos comportemos de modo infanti, amoroso ou egoista, e num deslize de percepção, caímos numa armadilha tecida por nós mesmos e nos afogamos, é só tentar permanecermos dentro das nossas estagnações e recusar sair delas.. Nunca seremos uma só pessoa, e sim duas...l
Nós e a outra que se esconde...! Como se fôssemos passíveis de posse.
Eu não sou...! Você é?.
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
ENIGMA
Àquele amor inteiro e nunca cego.
Trespassado de espanto e de segredo.
Até á mais funda limpídez do instinto.
Acaricio teus cabelos em anel e me dão vida.
E quaze fico imóvel no fogo dos teus beijos.
É através de ti que meus rios caminham.
Sobre teus ombros poisa o segredo do meu amor.
Ele pesa como o fruto pleno no bosque da brisa.
Na noite invoco a tua sombra grande e solene.
Porque tua alma é minha na imortalidade.
Onde beberei teu sangue duas vezes puro.
E meus olhos fechados em teu rosto.
Aqui o enigma que me interroga desde sempre.
Eu te cerco de muros e de abismos.
Chamo por ti, reúno os meus destroços.
E no chão vejo meu rosto branco.
Divididos em estilhaços de amor por ti.
E celebro a tua chegada à ilha, com sorrisos de alegria.
Trespassado de espanto e de segredo.
Até á mais funda limpídez do instinto.
Acaricio teus cabelos em anel e me dão vida.
E quaze fico imóvel no fogo dos teus beijos.
É através de ti que meus rios caminham.
Sobre teus ombros poisa o segredo do meu amor.
Ele pesa como o fruto pleno no bosque da brisa.
Na noite invoco a tua sombra grande e solene.
Porque tua alma é minha na imortalidade.
Onde beberei teu sangue duas vezes puro.
E meus olhos fechados em teu rosto.
Aqui o enigma que me interroga desde sempre.
Eu te cerco de muros e de abismos.
Chamo por ti, reúno os meus destroços.
E no chão vejo meu rosto branco.
Divididos em estilhaços de amor por ti.
E celebro a tua chegada à ilha, com sorrisos de alegria.
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