É impressionante que, depois de tudo o que passei, ainda mantenho a mesma fé. Não mantive. Perdi e recuperei.Estou em silêncio. Oiço o ruído de meus passos voltando até aquela quinta , hà casinha onde por breves tempos fui feliz com minha mãe. Gosto de me isolar, viajo no tempo e sou feliz. Minhas lágrimas caem...Meu rosto está sereno, sinto um gosto salgado em meus lábios, minha alma chora das saudades que não tive. Enquanto bebo as lágrimas, olho o infinito e vejo só névoa, o meu silêncio ...É o silêncio da verdade, vejo uma mulher sentada nos degraus duma casa humilde, onde minha cabeça loura de criança pende no seu regaço. Sim , a minha mente voa. Gostaria de estar naquele lugar abraçada a ela para aconchegar meu coração.
Olho meu rosto no espelho, os meus olhos brilham e estão fixos na névoa á minha frente, ela está sempre presente, é o espírito de Deus que a coloca em baixo e em cima das estrelas. É o casamento místico dela na terra com o céu.
A bruma parece ganhar vida e transformar-se em algo sagrado - embora eu continui sem saber o que Deus me está a dizer.
A verdade está sempre onde existe a fé, o mistério da vida fascina-me, quero compreender-me melhor.
Nalgum lugar do mundo haverá uma casinha igual onde eu serei feliz. Minha mão está tremula
já não consigo mais coordenar os meus pensamentos, meu coração dá saltos, tentando se libertar do meu peito e correr ao encontro dos meus anseios , onde a saudade permanecesse, e eu senti a presença e o som dos meus passos. Voltei à realidade - e eu lembrei-me do silêncio anterior, junto da janela - onde de repente minhas lágrimas secaram, e compreendi que amava, e alguém tambem me amava.
O mais difícil tinha passado - embora a saudade permanecesse.
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)

Sem comentários:
Enviar um comentário