Quando estamos num grande perigo, quando estamos a enfrentar uma crise, um amigo não chega ao pé de nós e diz-nos, dá-me isto, dá-me aquilo. Não vem para exigir um direito seu. Não vem para se auto-elogiar, para nos pedir um emprego. Não nos põe condições, não faz intrigas contra nós para daí tirar vantagens, não nos faz qualquer tipo de chantagens. No momento em que enfrentamos uma crise e estamos em perigo, um amigo verdadeiro pergunta-nos apenas do que precisamos, como é que ele pode ser-nos útil, o que pode fazer por nós.. Procura compreender o nosso problema para melhor encontrar solução. Melhor, do nosso ponto de vista, não do seu.
porque nas sítuações de crise, de perigo, estamos enfraquecidos, frágeis, duvidosos. Temos uma necessidade absoluta de pessoas em quem confiar, com que possamos contar. De pessoas que intervenham no momento em que nós não o podemos fazer, que nos defendam nos pontos em que nós estamos mais debilitados, que não desapareçam nos momentos cruciais. A amizade é um sentimento moral.
A catástrofe mais grave da amizade é a traição. Apercebermo-nos que a pessoa com que contávamos cegamente, mentiu, acusou-nos injustamente, é como se um abismo se abrisse repentinamente por debaixo dos nossos pés. A traição é vivida como terror, uma total insegurança de existir como ser humano. Se o amigo nos trai, em quem é que posso confiar.
A amizade, ou até o amor tem que ser tolerante e suave, mas moralmente exigente. Enquanto podemos ficar apaixonados por alguém que nos maltrata, que se comporta connosco injustamente, só podemos ser amigos de quem nos trata com afecto, honestidade e justiça. Se o amigo nos engana ou abandona no momento de necessidade, o amor e a amizade rompe-se e nunca mais recupera. Podemos até perdoar-lhe, mas o amor e a amizade acabou.
quinta-feira, maio 05, 2005
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