sexta-feira, agosto 04, 2006

Sózinha no meu mundo

Ontem encontrei alguns textos no meu antigo caderno, datado de 31 de Abril de 1975. Sim, estava sózinha, embora o meu ventre se encontrasse grávido do meu filho Paulo, com oito meses de gestação- Estava sózinha no meu mundo, sentia-me perdida e abandonada. Meus pensamentos tinham que ser positivos, e sabia que tinha Deus a meu lado. E pensava enquanto rezava...Ser feliz não é ter a vida isenta de perdas e frustações. É ser alegre, mesmo se vier a chorar, é viver intensamente, mesmo no leito de um hospital. É nunca deixar de sonhar, mesmo se tiver pesadelos, é dialogar comigo mesma, ainda que a solidão me cerque. É ser jovem, mesmo que os meus cabelos possam embranquecerem, É contar histórias para os meus filhos, mesmo se eles não compreenderem, é agradecer muito, mesmo se as coisa derem para o errado. É transformar os erros em lições de vida.
Para mim ser feliz, é sentir o sabor da água, a brisa no rosto, o cheiro da terra molhada, é extrair das pequenas coisas, grandes emoções, é encontrar todos os dias motivos para sorrir, mesmo que não existam grandes factos. É rir das minhas próprias tolices, é não desistir de quem se ama, mesmo se houver decepções. É ter amigos para repartir as lágrimas e dividir as alegrias. Como sempre a irmã Maria da Luz, estava sempre por perto .É ser amiga do dia e uma amante da noite. É agradecer a Deus pelo espetáculo da vida...
Ao recordar este pequeno memorando, deu-me vontade de o projectar para o meu blog, na medida que recordar é viver, mas o que me fez postar isto de novo, é que este pequeno rascunho, tem tudo a ver com o que estou a sentir neste preciso momento.
Hoje...Sei que estou extremamente sensível...Agitada, querendo entender-me melhor, a minha vida e tudo o que me rodeia.
E com certeza, a felicidade é um ponto alto desta minha angústia...estou numa fase de buscas...Busco meus sonhos, meus ideais, minhas conquistas, minha felicidade. E tenho aprendido muito a cultivar todas essas buscas nestes últimos meses. Ás vezes sinto-me perdida, as vezes acho-me, as vezes penso que estou a enlouquecer. Acho que no momento sou um poço de emoções descoordenadas. Ás vezes parece que nada disto faz muito sentido.

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