Acordei cedo pela manhã, forçada pelo incessante buzinar de um carro, e esfreguei os olhos, sentindo a regidez do corpo. Não tinha dormido bem, tive pesadelos, a acordar depois de cada pesadelo, e recordar-me de ver os ponteiros do relógio em diferentes posições durante a noite, como a confirmar a passagem do tempo.Levantei-me, e olhei para fora da janela e observei um passarito a pálrar e passeando na relva amarela por falta de água, procurava alimento.Eu sempre fui uma pessoa madrugadora saudo sempre a aurora à minha maneira. Em África, levantava-me cedo para observar o nascer do sol. Muitas vezes tinha de me escapulir de mansinho para o fazer, porque não era permitido, mas nunca fui apanhada. Depois fui tomar banho, precisava sentir água na cabeça, tinha dores, mas precisava de me molhar para alegrar a minha manhã, para observar o começo de outro dia, e conclui que provavelmente sim.
Saí de casa, o ar passava-me frio na pele, quaze áspero, e o céu era uma neblina de cores diferentes: Por causa das longas horas no trabalho, e a vida de certa maneira complicada, fica-me pouco tempo para ir ver o meu tejo. Sentar-me nas suas margens e escrever como era hábito...alguma coisa teve de ser abandonada. Existe algo de especial, quaze místico, em passar a aurora no rio, pensei para mim, e hà muito tempo que não o fazia. Dantes, quando trabalhava em Lisboa, ia muito cedo, e fazia-o quaze todos os dias. Estivesse sol e céu limpo, ou frio ou nublado, isso nunca me importava enquanto movia os remos ao ritmo da música dentro da minha cabeça, era lindo o Tejo, visto da Lapa. Passei a manhã a andar por Mem - Martins. Estava com depressão tinha feito as minhas compras, mas não podia ver sinais de regresso. Suprimi um sentimento de tristeza quanto ao voltar para casa, esperando que o meu humor pode-se melhorar.
Passei diante de uma galeria de arte, quaze não a vendo, concentrada nos meus pensamentos, virei.me e voltei para trás. Fiz uma pausa á porta por um segundo, surpreendida por não ter visitado nenhuma há tanto tempo. Pelo menos dois anos, ou talvez mais. Porque é que as tinha evitado?
Quanto mais pensava naquilo, tanto mais gostava, e admirava porque me recordava o meu próprio trabalho. Talvez eu devesse começar a pintar.
É mesmo quaze meio - dia? Dois minutos mais tarde estava no carro, a conduzir para casa, antevendo o dia, muito triste.
Calculo que tenha de fazer algo especial, para passar bem o dia.
sábado, junho 18, 2005
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