quarta-feira, junho 28, 2006

CHUVA

Já paraste para ouvir a chuva cair.
Em gotejo gordo e redondo.
Dizendo"estou aqui, estou aqui"...

Em experiência meditativa.
Ergo-me por detrás da vidraça.
E olho e vejo e sinto.
mais que isso: ouço.













O som macio afaga-me os sentimentos.
De fora para dentro lava-me.
E leva-me as agitações necessárias.

Semicerro o olhar.
E já não somos dois: a chuva e eu.
Ingresso no ser líquido.
Deixando-me ser.
Água e rio e corrente e mar...

Já experimentaste erguer-te ante a vidraça.
Para sentires o falar da chuva?

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