
De partida para mais uma semana de trabalho entrei no carro, ainda noite depois de deixar para trás tudo o que me dava felicidade e paz.
Ansiosa, agitada e algo nervosa pois o caminho era longo e também como única companhia tinha uma estação de rádio que ia desejando um bom acordar e tentando incutir aos seus ouvintes a boa disposição, necessária a encarar uma longa semana.
Enquanto a viagem decorria sentia o desejo cada vez maior de inverter o sentido de marcha e voltar para casa.
Mas não podia fraquejar, tinha de seguir em frente, pois estava um grupo de meninos do SASE com demasiadas expectativas à minha espera.
Quando ouvia uma música conhecida, os meus olhos enchiam-se de lágrimas, pelas recordações que me assaltavam o pensamento e, sei que em alguns momentos falava comigo própria.
Podia ser loucura, mas fazia-me bem. Claro que esta situação teve também o seu lado positivo, pois foi bom perder certos medos, de andar tão longe só.
Rezava literalmente, para não ter nem um furo ou outra avaria qualquer com receio de entrar em pânico e não saber o que fazer.
Alguém me ouviu, pois nunca tive qualquer problema.
Hoje lembro esses momentos com exactidão, mas com poucas saudades, pois corri muitos riscos a vários níveis.
Como a primeira viagem, não há mais nenhuma, mas sentir na pele o quanto custa abandonar a família principalmente os filhos, o medo de acontecer algo imprevisto, isto repetia-se todas as semanas de segunda a segunda...
Volvidos alguns anos, não é difícil caracterizar um misto de emoções e experiências vividas sempre no seu máximo e, claro aprender com o que de melhor tiver existido, no entanto, mesmo das situações mais negativas se podem tirar benefícios.

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