Em tempos decidi que queria viver de acordo com a minha fílosofia, não podia funcionar nos velhos conceitos mentais . Eu acredito que no fim tudo contribui para o melhor. Minha vida não tinha sentido, era raro o dia que eu não chora-se, sempre preocupada com aquilo que não disse. quando estamos no meio do turbilhão é muito difícil ver as coisas tão friamente, recordo constantemente experiências negativas por que eu tenha passado. Faço agora uma retrospectiva e vejo como o mundo foi cruel comigo. Encontrei pessoas boas, é nelas que penso todos os dias com carinho, amizade e gratidão. Cada um de nós está totalmente ligado ao Universo e á vida. O poder está dentro de nós para expandir os horizontes da nossa consciência. Gosto de escrever minha mão desliza como por magia, agora quero espandir-me ainda um pouco mais, quero percorrer o caminho que Deus me destinou, e sentir-me segura e salva nas minhas próprias limitações.Consigo recordar as pessoas que no início da minha vida me ajudaram muitissimo, numa altura em que eu não tinha maneira de retríbuir. Anos mais tarde também eu tive a oportunidade de ajudar outras pessoas sem estar à espera da retribuição. Muitos dos nossos problemas partem precisamente da nossa incapacidade para receber, sabemos dar, mas é tão difícil receber.Viemos ao mundo para amarmos a nós próprios e ao próximo. Ao proceder deste modo , encontro as respostas para a minha cura e a cura do planeta. As coisas são o que são. Todos nós somos viajantes numa caminhada sem fím atravéz da eternidade, e voltamos cá, vida após vida. Eu acredito que aquilo que não resolvemos nesta vida, voltamos cá na vida seguinte para o resolver. Penso por mais espirítual que uma pessoa seja, de vez em quando é preciso lavar a loiça. Não podemos empilhar pratos no lava-loiça e dizer " lavem-se porque eu sou metafísico". O mesmo se passa com os nossos sentimentos. Um dia escreverei para todo o mundo ler, e poder compreender como podemos ter uma mente que pode fluir livremente, e então saberemos lavar a loiça suja que se empilhou dentro de nós.
Preciso de subir ao castelo de Sintra, que sempre esteve ali, e nunca tive a curiosidade de vê-lo de perto. Preciso de conversar com a mulher que há muitos anos entra nos meus sonhos, de rosto tapado com um lenço. Muitas vezes entra nos meus sonhos, e eu nunca lhe pedi para tirar o lenço, e ver seu rosto, ou talvez, justamente por isso, fosse bom dividir com ela a minha história. Poder conversar com ela, e perguntar se ela me ama, que as visões do Paraíso e de seu amor me perseguem no meu dormir inconstante, e obriga-me a refugiar-me num outro mundo. Todos os dias da minha vida, vivo uma realidade separada. Rio, quando tenho vontade de chorar. E já pouco choro, minha fonte secou, mas quando o faço, dou graças a Deus. E graças a isso, ainda sou capaz de saber o que se passa á minha volta. Durante anos permaneci dentro de mim - Deixei de me envergonhar, deixei de ter ambições, mas as visões não me largam, e permanecem para onde eu vá. Nos momentos da minha meditação, vejo o mundo e as pessoas a meu redor, Deus está em cada uma delas. Está dentro de mim.
Da mesma maneira que tenho a absoluta certeza, que a imagem que me persegue no meu dormir, tem a minha ternura e o meu amor. Penso que é uma maneira de retribuir todo o amor, que Deus e as pessoas me dão todos os dias.
É apenas um sonho louco. Nunca passará à realidade.
