Dentro do meu corpo, no fundo, mora a alma.
A alma entra dentro de nós na hora em que nascemos.
A alma é feita de gavetas.
Pois cada uma delas tem a chave para ela só.
Puxo pelo puxador, e vejo tudo o que está dentro dela.
Hoje abri a gaveta do silêncio.
A chave a rodar e a gaveta abrir.
E minha alma voa e por momentos se liberta.
Tudo o que sinto tem uma gaveta.
A gaveta da alegria e a gaveta da tristeza.
A gaveta da desilusão e a gaveta do desespero.
E a gaveta dos segredos mais escondidos.
Essa gaveta evito abrir.
Nela estão as minhas dores e meus ais.
Quando a gaveta da raiva se abre.
Tento fechá-la, mas ela não para de se zangar.
Há quem a ouça muitas vezes.
Há quem a oiça raras vezes.
E há quem a oiça uma única vez na vida.
Ainda não houve quem a visse.
Mas todos sabem que ela existe.
Como também sabem o que tem lá dentro.
Hoje, dia internacional da poesia. Decerto que todos os poetas têm gavetas. Ah, isso é mesmo muito fácil de abrir, mas tenham cuidado - não as podemos abrir de qualquer maneira.
segunda-feira, março 21, 2005
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