sábado, março 12, 2005

ESCUTO

Escuto mas não sei - Se o que oiço é silêncio.
Escuto o ressoar das montanhas no meu vazio.
Por companheira tenho a voz que dormita.
Apenas sei que caminho com harpas de areia.
Me dói a lua me soluça o mar.
Pelos rostos do silêncio e de paciência.
Pela nudez das palavras deslumbradas.

Escuto o poema que me levará no tempo.
Minha passagem se confundirá.
Com o rumor do mar com o passar do vento.
Mesmo que eu morra o poema me encontrará.
Numa praia caída onde quebrarei suas ondas.
E escuto... Minha alma de funda e devorada solidão.

Ó poema. Quem te escutará.
Estarás entre mãos de quem te lê.
Habitarás no espaço mais atento.
Juntos enfrentaremos o terror do silêncio.
Escuto...Onde paira a verdade para perder o medo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Alguem escutará!! SEMPRE

Anónimo disse...

Cara Luísa, vir aqui é sempre uma lufada de ar fresco no meu interior. Um abraço amigo do Pássaro Distante