Eu volto para a camarata no convento. Tento ler um livro, por baixo da luz do silêncio, minha cabeça começava a doer, e meus olhos a chorar. Toca o silêncio, tudo deixava!... o que restava apenas a minha liberdade do meu pensamento que voava. Toca a alvorada, exactamente à mesma hora, repito mecanicamente as tarefas nas oficinas que me são confiadas. Depois volto ao trabalho, sempre os mesmos comentários sobre quem vai embora para a família, quem sofre, algumas têm inveja de mim dizem que sou uma privilegiada. Olho para dentro de mim, sou ruínas mais nada. Por exemplo, estou há anos aqui fechada, estou presa, sem família, que fiz eu!... nada.
Penso estou viva, todos pensavam que eu era uma menina feliz, só porque não me queixava nem chorava, e ninguem sabia o que existia de solidão, de amargura, de renúncia, atrás de toda aparência de felicidade, gastei toda a minha energia a lutar contra mim mesma.
O melhor era aceitar, a vida como ela era na realidade. Eu queria morrer, a pouco e pouco ia cortando os laços com o mundo, sempre era julgada por uma lógica absurda não tinha importância, julgamento (onde o mais experiente vencia o ingénuo) e castigo. Hoje olho-me no espelho sou uma réstia do que me fizeram, tentei odiar o mundo. Mas o mundo não odiei, olho sempre em frente tentando amar as pessoas, porque Deus me ama a mim.
quinta-feira, agosto 12, 2004
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