quinta-feira, agosto 05, 2004

África

O sol bateu nos meus seios.
Iluminou meu corpo nu, eu não sentia frio.
O calor me consumia era o calor do meu coração.
A chama que ardia no meu peito era a fogueira.
Que se transforma no incêndio impossível de controlar.
Eu sabia que a partir daquele dia, iria conhecer os céus e os infernos.
A alegria e a dor, o sonho e o desespero.
Não podia conter mais os ventos que sopravam dos cantos escondidos da alma.

Eu sabia que a partir daquela manhã o amor ia guiar-me.
Vi rostos marcados pelo sofrimento e dor.
O amor estava presente no meu coração desde a minha infância.
África fez aumentar esse amor ,desde que a pisei pela primeira vez.
Senti dentro de mim, era um amor difícil, com fronteiras que eu queria dar.

Dias e anos se passaram, abria a janela do coração.
O sol inundou meu coração.
O amor ao próximo inundou minha alma.
A minha felicidade era tanta que todos sorriam ao ver-me passar.

Estava diante de um altar de nossa Senhora.
Maria com seu filho ao colo dava-me uma sensação estranha.
Quando olhei e reparei no dedo do menino Jesus
Ele me guiava onde eu queria chegar.
Já tinha procurado Deus pelos quatro cantos da terra.
Era a minha verdade, sempre presente.
Estava ali a fé- conheci Budistas, Hindus, Muçulmanos.
Meu caminho era trabalhar para Deus.
Eu estava impregnada dos mistérios de África.

A virgem sorria!... onde eu ia acender minha própria chama.
Pensei!... seja feita a tua vontade.
O órgão ficou em silêncio e o sol escondeu-se atrás das montanhas.
A minha prece fora atendida. Eu abria os olhos.
A luz daquela única vela iluminou as minhas lágrimas e o meu sorriso.
Trabalhei sem parar!... minha alma estava em paz.
Todos os caminhos me levavam aos meus amores.
A face de cristo estava em cada soldado doente.
E no mato ouvi Deus através dum raio de sol.
Esse é o teu destino; só quem ama pode espalhar felicidade.
E apenas sorri.

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