quinta-feira, agosto 12, 2004

Eco

Subi a montanha para reencontrar as vozes secretas da natureza.
E dentro de mim!... Vi as estrelas moverem-se vi o nascer do sol.
Ao subir no mesmo movimento de amor e de adoração
Vi o eterno renascimento de todas as coisas.
O eco respondeu em sintonia ao meu grito.
É assim que a roda gira, levando vivos e mortos.
O sol e a chuva, a noite e o dia, na dança do regresso eterno.
O eco dançou porque a terra é sua antepassada, é sagrada.

Quanto mais subia, aprendia a contemplar a magia da montanha.
E as águas dos rios envenenadas, mas o sol nasce todos os dias.
Aprendi a contemplar o que não muda, à minha volta.
O eco respondeu ao meu grito.
Todas as manhãs, deves ter um pensamento para que nasça o sol.
Aprende a permanecer livre. A criação recomeça contigo.

Gritei com a força da minha alma!... O eco respondeu.
Aprende a interrogar o silêncio!... Ele é a terra interior.
O espaço sagrado onde se enraíza o teu espírito.
Deixa-te caminhar na beleza, e faz com que os teus olhos distingam o amor.
Mesmo calada, o eco falava como uma carícia.

Ao descer a montanha vinha em silêncio, o eco pouco dizia.
Meu espírito alerta permanecia!... o eco de vez em quando respondia.
Aprende a orar se quiseres ajudar os outros.
Mergulha dentro de ti mesmo e transforma-te em teu próprio curandeiro.
Quanto mais descia! O eco quase adormecia.
Mas eu ouvia sua voz ao longe que dizia.
Observa a flor que treme sob a violência do vento.
É dentro de ti que se situa o lugar do maior amor.
Então teu espírito abrir-se-á como uma flor para o eco.
O eco revelar-te-á a sua beleza e o amor da tua vida.
O eco se calará, e ficará atento como o primeiro sol da manhã.

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